A Embraer, gigante brasileira da indústria aeronáutica, está alçando novos voos para se consolidar no mercado europeu ao transformar a Polônia em um hub estratégico para suas operações. A empresa anunciou que vai investir até US$ 3 bilhões na região e criará cerca de 5.000 empregos, impulsionando sua atuação comercial e ampliando sua presença no setor de defesa, incluindo uma parceria estratégica com a OTAN.
Este movimento não apenas reforça a presença da Embraer na Europa, mas também posiciona a Polônia como um dos principais centros de inovação e produção aeroespacial do continente.
O CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, esteve recentemente na Polônia para anunciar os ambiciosos planos da empresa. Entre os destaques está a criação de uma linha de produção do KC-390 Millennium, aeronave multimissão reconhecida por sua eficiência e interoperabilidade com as forças da OTAN.
Essa iniciativa poderá gerar até US$ 1 bilhão em negócios e criar 600 empregos diretos nos próximos anos.
Outro projeto relevante é a conversão de aeronaves comerciais em cargueiros, especialmente o E190, modelo popular na aviação regional.
Com a crescente demanda pelo transporte aéreo de cargas, a Embraer vê grande potencial de mercado e busca expandir suas operações não só para a Polônia, mas para toda a União Europeia.
A Embraer também planeja investir em um centro de manutenção e revisão de trens de pouso para os jatos E-Jets E2, consolidando a Polônia como um ponto de suporte técnico estratégico para a aviação comercial.
Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer, disse: “Este acordo com a Łukasiewicz – ILOT é uma parte fundamental do nosso plano para aprofundar nosso envolvimento de 25 anos com o ecossistema aeroespacial polonês. A Łukasiewicz – ILOT é um instituto de pesquisa de renome mundial com expertise em tecnologias críticas no coração da aviação do futuro. Estamos orgulhosos de nos tornarmos parceiros da Łukasiewicz – ILOT e ansiosos pelos resultados que podem ser alcançados juntos.”
A expansão da Embraer não se limita à produção de aeronaves. A empresa está intensificando sua parceria com fornecedores locais para garantir uma cadeia de suprimentos robusta.
Atualmente, empresas polonesas já fornecem US$ 30 milhões em peças e serviços para a Embraer. Com os novos investimentos, essa colaboração deve crescer significativamente, impulsionando a indústria aeroespacial polonesa e criando novas oportunidades de negócios.
Além disso, a Embraer firmou parcerias com instituições de pesquisa, como o Instituto de Aviação Łukasiewicz (iLOT), para desenvolver novos materiais, tecnologias de voo e designs aeronáuticos inovadores.
Esse investimento em pesquisa e desenvolvimento não apenas reforça a posição da Embraer no mercado global, mas também prepara o terreno para avanços no setor de mobilidade aérea urbana, como as aeronaves elétricas eVTOLs.
Os investimentos da Embraer devem gerar cerca de US$ 3 bilhões para a economia polonesa ao longo da próxima década. O país se beneficia diretamente com a criação de 5.000 empregos diretos e indiretos, principalmente nas áreas de engenharia, manufatura e serviços de manutenção.
Com aeroportos em expansão e uma crescente demanda por tecnologia aeronáutica, a Polônia está se posicionando como uma potência no setor aeroespacial europeu.
A produção do KC-390 Millennium na Polônia fortalece a presença da Embraer no setor de defesa, especialmente dentro da OTAN.
A aeronave já foi adquirida por vários países-membros da aliança militar, e sua fabricação na Polônia pode abrir portas para novos contratos na região. Com isso, a Embraer se posiciona como um fornecedor estratégico de aeronaves militares para forças aliadas da OTAN.
Com essa expansão, a Embraer reforça sua presença global e sua influência no setor aeroespacial europeu. Os investimentos na Polônia marcam uma nova fase de crescimento, impulsionada pela inovação tecnológica, parcerias estratégicas e uma visão voltada para o futuro da aviação.
O anúncio vem em um momento em que a Europa planeja ampliar significativamente seus investimentos em defesa para reduzir a dependência dos Estados Unidos, o que pode gerar ainda mais negócios para a empresa brasileira.
