A China fez uma série de exercícios militares no Estreito de Taiwan nesta segunda-feira (18), em uma clara demonstração de força para responder ao que Pequim considera como conivência e apoio estrangeiros à independência da ilha.
O Ministério das Relações Exteriores da China justificou a ação como um "aviso severo" às forças separatistas de Taiwan e uma resposta às recentes mudanças na postura dos Estados Unidos sobre a questão taiwanesa.
Os exercícios militares acontecem logo depois de alterações feitas no site do Departamento de Estado dos EUA, que suprimiram referências ao princípio de ‘Uma Só China’ e à política de não apoio à independência de Taiwan. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, criticou essas alterações, alegando que elas enviam "sinais errados" aos grupos separatistas da ilha.
Segundo Mao, os EUA têm tomado "uma série de ações erradas" em relação a Taiwan, o que, na visão de Pequim, ameaça a estabilidade regional e mina as relações sino-americanas.
"O tratamento inadequado da questão de Taiwan abalará os próprios alicerces das relações China-EUA", disse Mao.
A diplomata reiterou que o princípio de Uma Só China continua sendo a base fundamental das relações entre Pequim e Washington, e que qualquer movimentação que sugira apoio à independência de Taiwan pode levar a graves consequências diplomáticas e militares.
Para a China, Taiwan é parte inalienável de seu território, e qualquer tentativa de promover a independência da ilha é vista como uma ameaça à sua soberania e integridade territorial.
O governo chinês tem intensificado sua postura militar na região e feito incursões no espaço aéreo taiwanês e enviando navios de guerra para patrulhar as proximidades da ilha.
Mao Ning enfatizou que a questão de Taiwan “está no centro dos interesses fundamentais da China”, e que qualquer interferência estrangeira será tratada com ações enérgicas.
"O separatismo pela ‘independência de Taiwan’ é tão incompatível com a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan quanto fogo com água", declarou a porta-voz.
A China instou os Estados Unidos a respeitarem os compromissos assumidos por administrações anteriores e a evitarem cruzar as ‘linhas vermelhas’ de Pequim.
O governo chinês alertou que provocações na questão de Taiwan podem abalar seriamente as relações bilaterais e comprometer a paz no Estreito de Taiwan.
Além disso, Mao Ning pediu que Washington atue com mais cautela ao tratar de Taiwan, evitando ações que possam intensificar as tensões na região. Para Pequim, os EUA devem cessar apoios explícitos e implícitos ao governo taiwanês, além de interromper vendas de armas para a ilha.
Tensão crescente
Os exercícios militares chineses refletem um aumento das tensões entre Pequim, Taipé e Washington. Taiwan, que opera como uma entidade autônoma, conta com apoio militar e diplomático indireto dos Estados Unidos, apesar de Washington não reconhecer formalmente a ilha como um país independente.
O governo taiwanês, por sua vez, considera essas ações militares chinesas como uma ameaça direta à sua segurança. Autoridades da ilha afirmam que estão preparadas para responder a qualquer ofensiva e que continuarão fortalecendo sua defesa em colaboração com aliados.
A disputa entre China e Taiwan continua sendo um dos principais pontos de instabilidade na Ásia-Pacífico, com riscos de conflitos militares caso a situação se agrave ainda mais.