Pesquisadores brasileiros estão usando drones para melhorar geneticamente plantas de milho resistentes à seca, acelerando a seleção e o desenvolvimento de novas cultivares. A técnica utiliza câmeras para capturar imagens que avaliam a saúde das plantas, facilitando a identificação das mais promissoras. Durante a estação seca de 2023, foram testadas 21 variedades de milho, destacando a eficiência das câmeras RGB. Essa inovação reduz custos e viabiliza estudos em áreas menores, além de permitir modelagens preditivas baseadas em aprendizado de máquina, tornando o processo mais rápido e acessível. O objetivo final é aumentar a eficiência da produção de alimentos diante das mudanças climáticas.
Pesquisadores brasileiros estão utilizando drones para revolucionar o melhoramento genético de plantas de milho resistentes à seca. Essa abordagem inovadora, liderada pelo Centro de Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC) – uma parceria entre Embrapa e Unicamp com apoio da Fapesp –, acelera o processo de seleção e torna o desenvolvimento de cultivares mais acessível e eficiente.
A técnica emprega drones equipados com câmeras RGB para capturar imagens projetadas de experimentos de campo. Essas imagens são transformadas em índices que avaliam a saúde das plantas, permitindo identificar rapidamente os exemplares mais promissores. Além disso, os dados coletados ajudaram a simular o desempenho das plantas em diversas condições climáticas, otimizando o processo de seleção genética.
A intensificação das secas devido às mudanças climáticas torna urgente o desenvolvimento de cultivares mais resilientes. Contudo, os métodos tradicionais de avaliação em campo são demorados e caros, exigindo necessariamente manuais e equipamentos sofisticados. “Com os drones, conseguimos realizar em poucas horas o que antes levava dias”, explica Juliana Yassitepe, pesquisadora da Embrapa Agricultura Digital e coautora do estudo publicado na revista The Plant Phenome Journal .
Os testes foram realizados durante a estação seca de 2023, em Campinas, SP, com 21 variedades de milho – 18 geneticamente modificadas para tolerância à seca e 3 variedades convencionais. As plantas foram cultivadas sob condições controladas, com um grupo de aceitação contínua e outro enfrentamento com restrições hídricas.
Os drones realizaram voos semanais, capturando imagens com câmeras RGB e multiespectrais. A análise confirmou que as câmeras RGB, além de mais acessíveis, fornecem resultados confiáveis, viabilizando a utilização dessa tecnologia em larga escala.
A nova metodologia diminui significativamente os custos operacionais e permite estudos em áreas menores. “Com imagens de alta resolução capturadas por voos mais baixos, conseguimos testar mais variedades em espaços limitados, o que é essencial para projetos com recursos restritos”, destaca Hélcio Pereira, pesquisador do GCCRC.
Os dados encontrados também possibilitaram o desenvolvimento de modelos preditivos baseados no aprendizado de máquina, permitindo prever o comportamento das variedades de milho sem a necessidade de complicações manuais frequentes. “Isso torna o processo mais rápido, acessível e preciso”, ressalta Pereira.
Essa inovação promete não apenas acelerar a adaptação das tarefas às mudanças climáticas, mas também tornar a produção de alimentos mais eficiente e sustentável, garantindo maior segurança alimentar.