O Brasil se tornou o maior exportador de algodão do mundo, superando os Estados Unidos, com uma safra recorde de 3,5 milhões de toneladas em 2023/2024.
O crescimento, de 25% em relação à safra anterior, é impulsionado por inovações tecnológicas e práticas sustentáveis, especialmente em estados como Mato Grosso, Bahia e Goiás.
A qualidade do algodão brasileiro, com menos de 2% de impurezas, garante alta demanda em mercados como China e Bangladesh, resultando em exportações de 2,7 milhões de toneladas e uma receita de US$ 5,8 bilhões.
Apesar dos desafios logísticos, o compromisso com a sustentabilidade, com 84% da produção certificada, posiciona o setor como um líder responsável no mercado global.
Pela primeira vez na história, o Brasil superou os Estados Unidos e se consolidou como o maior exportador de algodão do mundo. O marco histórico foi confirmado por dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Ministério da Agricultura, destacando uma safra recorde de 3,5 milhões de toneladas em 2023/2024.
Com uma qualidade reconhecida globalmente, o algodão brasileiro tem conquistado espaço no mercado internacional, atraindo grandes players da indústria têxil. A liderança reflete não apenas a expansão da produção, mas também a incorporação de tecnologia avançada e práticas sustentáveis, fatores essenciais para aumentar a produtividade e competitividade do setor.
A colheita nacional de algodão cresceu 25% em relação à safra anterior, impulsionada pelo aumento da área plantada em estados como Mato Grosso, Bahia e Goiás, que juntos respondem por 90% da produção nacional. Com um total de 1,8 milhão de hectares cultivados e uma produtividade média de 1.950 kg por hectare, o Brasil se destaca entre os maiores produtores globais.
"Investimos em pesquisa, manejo integrado e certificações que garantem rastreabilidade e baixo impacto ambiental. Isso agrega valor ao nosso produto", afirmou Carlos Fávaro, ministro da Agricultura.
O algodão brasileiro tem se consolidado no mercado global pela qualidade premium, com um índice de impurezas inferior a 2%, um padrão superior ao exigido por compradores internacionais. Os principais destinos das exportações são China, Bangladesh e Vietnã, onde a demanda por fibra de alta performance cresce continuamente.
Os dados mostram que as exportações brasileiras atingiram 2,7 milhões de toneladas na safra atual, gerando uma receita de US$ 5,8 bilhões, um aumento de 32% em relação a 2022. "O algodão do Brasil é sinônimo de tecnologia e sustentabilidade, suprindo a demanda de marcas de luxo e fast fashion", destacou Alexandre Schenkel, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
O avanço brasileiro no setor ocorre em meio a uma retração dos Estados Unidos, impactados por secas severas no Texas, maior estado produtor norte-americano. Enquanto os EUA projetam exportar 2,4 milhões de toneladas em 2024, o Brasil amplia sua presença em mercados estratégicos, como Indonésia, Paquistão e Turquia.
Apesar do avanço, especialistas alertam para desafios como custos de frete e infraestrutura portuária, que podem afetar a competitividade do produto brasileiro. Para mitigar esses entraves, o governo tem investido na expansão de ferrovias e hidrovias, além de estimular a industrialização local da fibra, agregando mais valor à produção nacional.
O setor algodoeiro brasileiro se destaca pelo compromisso com a sustentabilidade, com 84% da produção certificada por programas como o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que seguem rigorosos critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Medidas como irrigação eficiente e recuperação de pastagens degradadas têm reduzido a pressão sobre biomas sensíveis, como o Cerrado.
A expectativa para a próxima safra é otimista, com projeção de crescimento de 10% na área cultivada. "Estamos construindo uma trajetória sólida, baseada em inovação e responsabilidade. O mundo reconhece nosso potencial", concluiu Schenkel.