O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar, nesta terça-feira (25/2), uma mudança significativa no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): a liberação do saldo para trabalhadores demitidos que haviam optado pelo saque-aniversário. A decisão vem em um momento crucial para o governo, que tenta conter sua rejeição recorde e melhorar a percepção econômica do país.
A medida atende a uma demanda das centrais sindicais, que vinham pressionando o Planalto para corrigir o que consideram uma injustiça com o trabalhador. Atualmente, aqueles que escolhem o saque-aniversário perdem o direito de retirar o saldo total da conta em caso de demissão, ficando apenas com a multa rescisória.
Lula convidou os presidentes das centrais sindicais, incluindo Sérgio Nobre, da CUT, para participar do evento oficial em Brasília, ao lado do ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
A decisão de afrouxar as regras do FGTS não é apenas um gesto ao movimento sindical, mas também uma tentativa de injetar dinheiro na economia e aliviar a insatisfação popular com o governo.
“Sacar o FGTS é um direito do trabalhador, que pode usar esse dinheiro para pagar suas contas, fazer compras, consumir e, dessa forma, se injeta mais dinheiro na economia”, disse Sérgio Nobre ao portal Metrópoles.
A popularidade de Lula tem caído nos últimos meses, impactada pelo desgaste da economia, a alta dos juros e o preço dos combustíveis. O governo tenta encontrar maneiras de recuperar apoio, e a liberação do FGTS surge como uma alternativa rápida e direta, que pode beneficiar milhões de trabalhadores.
O ministro Luiz Marinho já havia chamado o saque-aniversário de uma "armadilha" do governo Bolsonaro, por impedir que trabalhadores acessem seus recursos em momentos de necessidade. Agora, além da mudança nas regras do FGTS, o governo se prepara para lançar, em março, o empréstimo consignado privado, permitindo que trabalhadores tenham mais acesso ao crédito.
A ideia enfrenta resistência do mercado financeiro e do Congresso Nacional, mas o governo aposta que essas mudanças ajudarão a melhorar o cenário econômico e, consequentemente, a imagem do presidente.
Nos próximos meses, outras medidas devem ser anunciadas para tentar reverter a insatisfação popular, mostrando que o governo Lula busca estratégias para lidar com os desafios econômicos e políticos do momento.