Em meio à rejeição recorde, Lula deve liberar FGTS para quem usou saque-aniversário

Presidente cede à pressão sindical e tenta recuperar apoio popular com medida que pode injetar bilhões na economia.

Por Geisa Ferreira da Silva
24/02/2025 15h24 - Atualizado há 1 mês
Em meio à rejeição recorde, Lula deve liberar FGTS para quem usou saque-aniversário
Governo Lula libera FGTS para trabalhadores demitidos e aposta na medida para aliviar crise de popularidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar, nesta terça-feira (25/2), uma mudança significativa no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): a liberação do saldo para trabalhadores demitidos que haviam optado pelo saque-aniversário. A decisão vem em um momento crucial para o governo, que tenta conter sua rejeição recorde e melhorar a percepção econômica do país.

A medida atende a uma demanda das centrais sindicais, que vinham pressionando o Planalto para corrigir o que consideram uma injustiça com o trabalhador. Atualmente, aqueles que escolhem o saque-aniversário perdem o direito de retirar o saldo total da conta em caso de demissão, ficando apenas com a multa rescisória.

Lula convidou os presidentes das centrais sindicais, incluindo Sérgio Nobre, da CUT, para participar do evento oficial em Brasília, ao lado do ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

FGTS liberado: estratégia para recuperar apoio popular?

A decisão de afrouxar as regras do FGTS não é apenas um gesto ao movimento sindical, mas também uma tentativa de injetar dinheiro na economia e aliviar a insatisfação popular com o governo.

“Sacar o FGTS é um direito do trabalhador, que pode usar esse dinheiro para pagar suas contas, fazer compras, consumir e, dessa forma, se injeta mais dinheiro na economia”, disse Sérgio Nobre ao portal Metrópoles.

A popularidade de Lula tem caído nos últimos meses, impactada pelo desgaste da economia, a alta dos juros e o preço dos combustíveis. O governo tenta encontrar maneiras de recuperar apoio, e a liberação do FGTS surge como uma alternativa rápida e direta, que pode beneficiar milhões de trabalhadores.

Fim do saque-aniversário e nova linha de crédito

O ministro Luiz Marinho já havia chamado o saque-aniversário de uma "armadilha" do governo Bolsonaro, por impedir que trabalhadores acessem seus recursos em momentos de necessidade. Agora, além da mudança nas regras do FGTS, o governo se prepara para lançar, em março, o empréstimo consignado privado, permitindo que trabalhadores tenham mais acesso ao crédito.

A ideia enfrenta resistência do mercado financeiro e do Congresso Nacional, mas o governo aposta que essas mudanças ajudarão a melhorar o cenário econômico e, consequentemente, a imagem do presidente.

Nos próximos meses, outras medidas devem ser anunciadas para tentar reverter a insatisfação popular, mostrando que o governo Lula busca estratégias para lidar com os desafios econômicos e políticos do momento.


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