Se o dinheiro anda tirando seu sono, saiba que você não está sozinho. O dinheiro é uma das principais fontes de estresse entre adultos, é o que mostra uma pesquisa da Associação Americana de Psicologia. O estudo revelou que 7 em cada 10 adultos se sentem estressados com questões financeiras — seja para pagar o aluguel, sair do vermelho ou lidar com dívidas que parecem não ter fim.
Esse tipo de estresse, além de comum, pode afetar profundamente a saúde mental e física, criando um ciclo extremamente difícil de romper. O problema é muito maior do que apenas quanto faturamos no final do mês, está intimamente ligado a forma como lidamos com as finanças racional e emocionalmente.
Sabe aquela sensação de aperto no peito quando você olha a fatura do cartão? Ou a preocupação constante com as contas chegando e o dinheiro não dando conta? Isso é o chamado estresse financeiro — uma tensão emocional diretamente ligada à falta ou ao mau uso do dinheiro.
É como viver com um alerta ligado o tempo todo. Para quem tem renda baixa, essa situação é ainda mais intensa: muitas vezes, a pessoa trabalha em condições ruins, sem poder faltar, sem segurança no emprego e com medo de mudar de carreira por não ter reserva financeira. Além disso, nem sempre essas pessoas têm acesso a cuidados com a saúde, inclusive saúde mental, o que piora o quadro.
Mesmo quem tem uma vida estável pode, em algum momento, se sentir sufocado por preocupações financeiras. O problema é quando esse estresse vira rotina e começa a atrapalhar o sono, a concentração e até mesmo o prazer de viver.
O corpo sente. O cérebro também. Quando estamos sob pressão constante, o corpo libera hormônios como o cortisol, que em excesso pode causar:
Ansiedade e depressão
Insônia
Dores no corpo, como de cabeça e estômago
Doenças cardíacas
Queda na imunidade
Problemas digestivos
Muita gente, sem perceber, acaba tentando aliviar esse estresse de formas pouco saudáveis — comendo demais, bebendo álcool com frequência ou até usando drogas.
De acordo com uma pesquisa da APA, um terço dos americanos admitiu comer alimentos pouco saudáveis ou em excesso como forma de lidar com o estresse.
É um ciclo perigoso: o estresse piora a saúde, e a saúde ruim aumenta as dificuldades com o dinheiro.
A boa notícia é que dá, sim, para tomar algumas atitudes e retomar o controle da sua vida financeira — e, com isso, reduzir o estresse. Veja algumas estratégias:
Parece uma dica boba, que todo texto que fala de finanças sempre destaca, mas é eficaz: anote tudo que entra e sai do seu bolso. Use papel, planilha ou aplicativo — o que funcionar pra você. Saber exatamente para onde o dinheiro vai pode trazer alívio imediato.
Para outros, saber exatamente para onde o dinheiro vai significa descobrir as famosas contas fantasmas, que sequer notamos que existem, que nos levam valiosos centavos que somados, ajudam a aumentar o rombo das contas no final do mês.
A gente sabe que não é tão fácil assim, mas vale explorar possibilidades de renda extra: freelas, venda de produtos, aluguel de itens. Às vezes, uma pequena entrada a mais já ajuda a equilibrar as contas.
Esse tipo de atividade pode ser temporária, até a reorganização das contas, mas é importante dar a esse novo recurso um destino certo: a quitação dos débitos. É muito comum aumentar a renda e se permitir aumentar também o custo de vida. Se isso acontecer, o problema pode piorar.
Eita que aqui a gente precisa conversar seriamente. Exercícios leves, como uma caminhada diária, já ajudam o corpo a liberar endorfinas, que combatem o estresse.
Dormir bem, se alimentar melhor e fazer pausas para relaxar também fazem toda diferença. Comece aos poucos, faça com prazer, estimule pessoas próximas a embarcar na jornada com você. Isso seguramente vai te dar forças para continuar.
Se você está endividado, comece pelas dívidas menores ou com juros mais altos. Existem técnicas que ajudam, como a “bola de neve” (começar pelas menores) ou “avalanche” (priorizar as mais caras).
O método deve ser escolhido de acordo com suas possibilidades, ainda que exijam alguns sacrifícios temporários no seu estilo de vida
Anote seus gastos por uma semana. Às vezes, pequenos hábitos escondem grandes vazamentos no orçamento — aquele café diário ou o app de delivery podem estar pesando mais do que você imagina. Importante monitorar a família toda, já que alguns gastos ocultos podem estar passando batido do orçamento familiar.
Está difícil pagar? Ligue para o banco, a empresa de luz ou o cartão de crédito. Muitas vezes, eles aceitam renegociar dívidas ou propor um parcelamento mais justo.
Converse com amigos ou familiares. Criar uma rede de apoio pode aliviar a pressão. Se puder, procure um terapeuta ou participe de grupos de apoio. O importante é lembrar que você não está sozinho.
Tem pesos que não podemos carregar sozinhos e nem devemos. A terapia pode te ajudar e muito a enfrentar essa fase de reprogramação mental.
No fim das contas, lidar com dinheiro vai muito além de planilhas e boletos. É também sobre autoconfiança, bem-estar e tranquilidade. Cuidar das finanças é cuidar de si.
Não dá pra mudar tudo da noite para o dia, mas pequenos passos já fazem diferença. Com organização, informação e apoio, você pode virar o jogo e construir uma vida com menos dívidas — e mais leveza.