A missão SpaceX Crew-9 da NASA, composta pelos astronautas Nick Hague, Butch Wilmore e Suni Williams, além do cosmonauta Aleksandr Gorbunov, retornou à Terra em segurança no final da tarde de terça-feira (18) sem incidentes, após uma intensa jornada de pesquisas na Estação Espacial Internacional (ISS).
Durante a missão, Hague, Williams e Wilmore acumularam mais de 900 horas de pesquisas em mais de 150 experimentos científicos e testes tecnológicos.
O portal Janela do Amanhã elencou as 20 pesquisas mais impactantes conduzidas pelos astronautas:
1 - Microalgas super poderosas
Nick Hague processou amostras da investigação Arthrospira C, da ESA (Agência Espacial Europeia), que explora o cultivo de microalgas no espaço. Essas algas tem a capacidade de converter o CO₂ (Dióxido de Carbono) exalado pelos astronautas em oxigênio, além de poderem ser usadas como alimento fresco em missões de longa duração.
2 - Pesquisa sobre exercícios no espaço
O dispositivo E4D foi testado no espaço para otimizar o treinamento físico dos astronautas, combinando ciclismo, remo e resistência para evitar a perda óssea e muscular.
O dispositivo pequeno tem se mostrado extremamente eficiente para combater os sintomas clássicos de longas jornadas em gravidade zero.
Na imagem abaixo, Butch Wilmore trabalha na instalação do dispositivo na Estação Espacial Internacional. O equipamento promete resultados suficientemente positivos para missões futuras a locais mais distantes como a Lua e Marte, por exemplo.
3 - Salada no espaço
Outra pesquisa interessante condusida na ISS é a experiência Plant Habitat-07, que nasceu com o objetivo de investigar como diferentes níveis de umidade afetam as comunidades microbianas em plantas e água.
A ideia é encontrar alternativas de projetar sistemas para produção de alimentos no espaço, entendendo como condições adversas afetam o crescimento e a evolução das plantas.
4 - Otimização de reatores espaciais
O experimento PBRE-WRS analisou como a gravidade afeta reatores de leito fixo, essenciais para purificação de água e gestão térmica de espaçonaves.
Não é preciso lembrar o quanto a água é importante para manter missões espaciais. Fundamental para a vida, ela é um dos grandes desafios de missões mais longas fora da Terra.
Os resultados desse estudo podem ajudar os cientistas a projetar melhores reatores para recuperação de água, gerenciamento térmico, células de combustível e outras aplicações.
5 - Fogo em microgravidade
A quinta pesquisa da nossa lista chama-se Residence Time Driven Flame Spread ( SOFIE-RTDFS ). Nela uma folha de plástico acrílico transparente queima em níveis mais altos de oxigênio e metade da pressão padrão da atmosfera da Terra.
Da esquerda para a direita, a sequência de imagens mostra uma vista lateral e superior do combustível e do oxigênio se difundindo lentamente na chama.
O estudo da propagação de chamas em microgravidade ajuda a desenvolver melhores sistemas de segurança para futuras missões.
6 - Micróbios no espaço
Butch Wilmore investigou se microrganismos saem da ISS pelas saídas de ar e quais conseguem sobreviver no vácuo espacial. O mais incrível é que isso foi feito durante uma recente caminhada espacial.
O astronauta limpou o exterior da Estação Espacial Internacional em busca desses seres microscópicos para descobrir se algum deles conseguem sobreviver no vácuo do espaço.
É importante lembrar que os humanos carregam microrganismos para todo lado e essa é uma preocupação constante dos cientistas. Os resultados deste estudo devem ajudar a tomar medidas para limitar a disseminação microbiana para lugares como a Lua e Marte no futuro.
7 - Monitoramento cardiovascular
Já o astronauta Nick Hague utilizou sensores para registrar dados fisiológicos durante os exercícios, auxiliando estudos sobre envelhecimento vascular no espaço.
Os acessórios que ele usa coletam dados como frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e temperatura.
As informações ajudam nos estudos sobre saúde humana, incluindo Vascular Aging. Essa é uma pesquisa conduzida pela CSA (Canadian Space Agency) que monitora a função cardiovascular no espaço.
8 - Impressão 3D de dispositivos médicos
A pesquisa InSPA Auxilium Bioprinter testou a impressão 3D de implantes que auxiliam na recuperação de nervos periféricos. Esse tipo de lesão que pode causar problemas sensoriais e motores.
A tese defendida é que em microgravidade, essa técnica de fabricação produz dispositivos de maior qualidade que podem ter melhor desempenho. Isso pode beneficiar os membros da tripulação em futuras missões de longa duração e os pacientes aqui na Terra também.
9 - Satélites de madeira
O LignoSat, desenvolvido pela JAXA, testou madeira como material alternativo para satélites, avaliando sua resistência às condições espaciais.
Vários tipos de madeira foram testados, mas a magnólia se mostrou como a melhor opção para o estudo, incluindo sensores para avaliar a tensão da madeira e sua resposta à temperatura e radiação.
Essa missão também tenta entender se o campo geomagnético da Terra interfere na transmissão de dados do satélite.
10 - Biomanufatura de microrganismos
A Rhodium Biomanufacturing 03 analisou como a microgravidade influencia o crescimento e metabolismo de bactérias e leveduras projetadas. A pesquisa foi conduzida pela astronauta da NASA Suni Williams.
Os cientistas já sabem que a microgravidade provoca mudanças no crescimento de células microbianas, estrutura celular e atividade metabólica que podem afetar os processos de biofabricação.
Esta investigação pode esclarecer a extensão desses efeitos e avançar o uso de micróbios para fazer alimentos, produtos farmacêuticos e outros produtos no espaço. Isso pode reduzir o custo de lançamento de equipamentos e produtos aqui na Terra.
11 - Reparos em equipamentos científicos
O Neutron star Interior Composition Explorer, ou NICER , da Estação Espacial Internacional, estuda estrelas de nêutrons, que são as cinzas brilhantes deixadas para trás quando estrelas massivas explodem como supernovas.
O astronauta da NASA Nick Hague instala remendos durante uma caminhada espacial para reparar danos em escudos térmicos que bloqueiam a luz solar enquanto permitem a passagem de raios X. O instrumento continua a gerar descobertas astrofísicas relatadas em centenas de artigos científicos.
12 - Monitoramento da Terra
Os astronautas capturaram imagens do planeta para o projeto Crew Earth Observations, auxiliando pesquisas sobre mudanças ambientais.
Milhões de imagens da Terra são feitas diariamente diretamente da estação espacial para o Crew Earth Observations, criando um dos registros mais antigos de como nosso planeta muda ao longo do tempo.
Essas imagens dão suporte a uma variedade de pesquisas, incluindo estudos de fenômenos como inundações e incêndios, processos atmosféricos afetados por erupções vulcânicas, crescimento urbano e uso da terra.
13 - Impacto psicológico da fotografia espacial
Fotografar a Terra mostrou efeitos positivos no bem-estar dos astronautas, conforme relatado na Crew Earth Observations. Essa foto em especial foi feita acima das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto a Estação Espacial Internacional orbitava sobre o Brasil.
14 - Produção de vitaminas no espaço
O estudo BioNutrients demonstrou como microrganismos podem gerar nutrientes essenciais para missões de longa duração.
O grande desafio é evitar que alimentos armazenados por longos períodos percam vitaminas e outros nutrientes, e essa tecnologia pode fornecer uma maneira de fazer suplementos sob demanda.
15 - Análise do vento solar
O experimento CODEX investigou a formação do vento solar, fornecendo informações relevantes sobre sua origem e energia.
Esta investigação busca entender como o vento solar e como ele se forma. Os astronauta usam um coronógrafo solar, que bloqueia a luz brilhante do Sol para revelar detalhes em sua atmosfera externa ou corona.
16 - Efeitos do espaço na audição
O cosmonauta da Roscosmos Aleksandr Gorbunov fez testes auditivos para entender como a microgravidade afeta funções sensoriais humanas.
Nesses experimentos, os membros da tripulação frequentemente são feitos como cobaias. O objetivo é entender como o voo espacial afeta a audição e a visão, os sistemas imunológico e cardiovascular e outras funções corporais.
17 - Envelhecimento de materiais no espaço
A ESA (Agência Espacial Europeia) conduziu a investigação Euro Material Ageing para avaliar o desgaste de materiais expostos ao ambiente espacial.
Basicamente a ideia é compreender como determinados tipos de materiais envelhecem quando expostos ao ambiente espacial hostil.
As descobertas podem avançar o design de espaçonaves e satélites, incluindo controle térmico aprimorado, bem como o desenvolvimento de sensores para aplicações industriais e de pesquisa.
18 - Lançamento de CubeSats
Os astronautas Don Pettit e Butch Wilmore implantaram pequenos satélites, como CySat-1 e DORA, para estudos de umidade do solo e comunicação entre espaçonaves.
Os astronautas da NASA Don Pettit e Butch Wilmore removem um pequeno implantador de satélite de uma câmara de descompressão na Estação Espacial Internacional. O implantador havia lançado vários CubeSats na órbita da Terra, incluindo CySat-1 , um sensor remoto que mede a umidade do solo, e DORA , um receptor que poderia fornecer comunicações acessíveis e precisas entre pequenas espaçonaves.
19 - Manutenção robótica no espaço
O Astrobee REACCH testou robôs que capturam objetos e detritos espaciais, permitindo melhor gestão de satélites.
Essa habilidade pode permitir a manutenção e movimentação de satélites para maximizar a vida útil dessas ferramentas e a remoção de detritos espaciais que podem danificar satélites que prestam serviços às pessoas da Terra.
20 - Ferramentas para astronautas
O HUNCH Utility Bracket, projetado por estudantes, oferece uma solução para fixar equipamentos de uso diário na ISS.
Essa ferramenta foi projetada por estudantes para segurar e posicionar câmeras, tablets e outros equipamentos que os astronautas usam em suas rotinas diárias. Os dispositivos utilizados atualmente sofrem frequentemente com desgastes e precisam ser substituídos.