A dor de cabeça é um incômodo que atinge milhões de brasileiros todos os dias. Pode se manifestar na testa, nuca, couro cabeludo, olhos e pescoço, sendo frequentemente causada por fatores como desidratação, má-alimentação, estresse e privação de sono. Na maioria dos casos, o desconforto é passageiro, mas quando ela se torna frequente, resistente a medicamentos comuns e intensifica com o tempo, pode ser sinal de alerta para um problema grave: o tumor cerebral.
Segundo a neurologista Lígia Coronatto, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), é essencial reconhecer os sinais persistentes. Além da dor de cabeça que não passa, convulsões, fraqueza em membros do corpo, dificuldade na fala e incoordenação motora também são indicativos importantes que exigem avaliação médica. O câncer no cérebro pode ser primário, surgindo diretamente no órgão, ou secundário, quando resulta de metástases de tumores de outras partes do corpo.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram estimados 11.490 novos casos de tumores no Sistema Nervoso Central no Brasil entre 2023 e 2025.
“Infelizmente, ainda não há como prevenir a doença, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para garantir mais tempo de vida e melhor qualidade para o paciente”, explica a especialista.
O avanço da neurologia tem trazido esperança para pacientes. Um estudo publicado em 2023 no The New England Journal of Medicine apresentou resultados promissores do medicamento oral Vorasidenib, testado em 331 pessoas com gliomas IDH-mutantes de grau 2, um tipo agressivo de tumor cerebral. O medicamento demonstrou duplicar o tempo médio de controle da doença: 27,7 meses para quem usou Vorasidenib contra 11,1 meses no grupo que recebeu placebo. Diante da eficácia, o Vorasidenib, em agosto de 2024, FDA (Food and Drug Administration) aprovou o medicamento para tratamento de tumor cerebral.
Há expectativa que a Anvisa aprove o medicamento no Brasil ainda no primeiro semestre de 2025.
Com informações: Agência SP.