Brasil registra 1º caso de gripe aviária em aves comerciais

Ministério da Agricultura confirma foco da doença no RS, mas reforça que não há risco no consumo de frango ou ovos

Cassiane Chagas
16/05/2025 11h15 - Atualizado há 4 dias
Brasil registra 1º caso de gripe aviária em aves comerciais
Foco de gripe aviária é detectado em granja comercial no RS, mas carne e ovos seguem seguros para o consumo / Foto Ilustrativa: Arquivo Agência Brasil.

 

 

 

O Brasil confirmou, nesta quinta-feira (15), o primeiro foco de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves comerciais, em uma unidade de matrizeiro localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul. A confirmação foi feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e representa um marco inédito no setor, que até então havia registrado a presença do vírus apenas em aves silvestres e não em sistemas comerciais de produção.

 

 

Mesmo com o alerta, o Mapa tranquiliza a população que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos. Todos os produtos de origem animal seguem passando por rigorosa inspeção sanitária e estão aptos para consumo, tanto no mercado interno quanto para exportação.

 

 

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Risco à saúde humana é baixo

 

O Mapa reiterou que o risco de transmissão da gripe aviária para humanos é considerado baixo, sendo mais comum em profissionais que mantêm contato direto e frequente com aves doentes, vivas ou mortas.

 

 

Não há necessidade de restrições alimentares, segundo as autoridades sanitárias.

 

 

Ações imediatas para contenção

 

Com a confirmação do foco, o Plano Nacional de Contingência para a Influenza Aviária foi imediatamente acionado. Técnicos do serviço veterinário oficial estão no local para executar as ações de contenção e erradicação da doença, como isolamento da área, interdição do plantel afetado e medidas de biosseguridade.

 

A prioridade é impedir a disseminação do vírus para outras unidades produtivas, preservando a capacidade produtiva do setor avícola brasileiro, que é um dos maiores do mundo e responsável por abastecer milhões de famílias com proteínas de qualidade.

 

 

Notificações e transparência internacional

 

O Brasil já iniciou os procedimentos de comunicação com organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), e com parceiros comerciais. Também foram informados os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, além das entidades do setor produtivo.

 

 

Histórico e preparo do Brasil

 

Desde o início dos anos 2000, o Brasil vem se preparando para lidar com uma possível entrada da influenza aviária no sistema de produção comercial. Foram adotadas medidas preventivas como:

✔ Monitoramento de aves silvestres, que são vetores naturais do vírus;

✔ Vigilância constante em granjas comerciais e de subsistência;

✔ Capacitação técnica contínua de profissionais dos serviços veterinários públicos e privados;

✔ Educação sanitária voltada ao setor;

✔ Controle rigoroso nos pontos de entrada do país, especialmente portos e aeroportos.

 

 

Essas medidas permitiram que, durante quase duas décadas, o Brasil evitasse a introdução da IAAP no setor produtivo comercial, mesmo com surtos recorrentes da doença em países da Ásia, África e Europa.

 

 

Monitoramento continuará intensificado

 

O Mapa informou que seguirá monitorando a situação com rigor e ampliará as fiscalizações e controles sanitários nas regiões de maior risco. A atuação será estratégica para proteger a segurança alimentar da população e garantir a manutenção da credibilidade sanitária do Brasil no mercado global.

 

 


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