Quando pensamos em animais peçonhentos, é comum lembrarmos de cobras, aranhas e escorpiões. Mas, poucos sabem que o Brasil também é lar de peixes venenosos que podem representar risco à saúde humana. A diferença entre um animal venenoso e um peçonhento é que enquanto os venenosos liberam o veneno apenas por contato, como alguns sapos, os peçonhentos são capazes de inserir o veneno diretamente na vítima, seja para caçar ou se defender.
De acordo com a pesquisadora Mônica Lopes-Ferreira, líder da Plataforma Zebrafish do Instituto Butantan, o veneno dos peixes peçonhentos pode causar dor intensa, inchaço, manchas vermelhas e até necrose difícil de tratar.
A pesquisadora alerta que não existe um tratamento específico para essas feridas, o que pode gerar desconforto prolongado. A plataforma estuda as toxinas dos peixes peçonhentos e também trabalha no desenvolvimento de um soro capaz de neutralizar esses venenos.
A maioria das famílias e gêneros de peixes peçonhentos tem representantes nos mares e rios brasileiros. Os mais conhecidos por causarem acidentes são:
Peixe-escorpião
Conhecido também como mangangá, vive em águas profundas e é encontrado nas marés baixas do litoral entre o nordeste e o sudeste do Brasil. Seu corpo é coberto por espinhos venenosos que podem causar inflamações e até problemas pulmonares e cardíacos.
Niquim
Um peixe pequeno que habita águas rasas no norte e nordeste do país. Possui espinhos, como agulhas, conectados a glândulas de veneno. Seu espinho canaliculado, ou seja, oco, como uma agulha, pode causar lesões graves quando pisado ou tocado. A espécie mais comum no Brasil é o Thalassophryne nattereri.
Arraia
Com cores e tamanhos variados, as arraias são encontradas em águas rasas no litoral e até nos rios do interior. Elas têm um ferrão grande e serrilhado na cauda, usado como defesa. O veneno do ferrão pode provocar grandes feridas.
Bagre
Encontrado em águas rasas, em grandes grupos, tanto no litoral quanto nos rios do Brasil, o bagre possui ferrões na parte superior do corpo e nadadeiras venenosas.
Esses peixes peçonhentos, embora comuns nas águas brasileiras, exigem cuidados redobrados ao serem manuseados ou encontrados durante banhos de mar e rios.