O Brasil confirmou, nesta quinta-feira (15), o primeiro foco de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves comerciais, em uma unidade de matrizeiro localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul. A confirmação foi feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e representa um marco inédito no setor, que até então havia registrado a presença do vírus apenas em aves silvestres e não em sistemas comerciais de produção.
Mesmo com o alerta, o Mapa tranquiliza a população que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos. Todos os produtos de origem animal seguem passando por rigorosa inspeção sanitária e estão aptos para consumo, tanto no mercado interno quanto para exportação.
O Mapa reiterou que o risco de transmissão da gripe aviária para humanos é considerado baixo, sendo mais comum em profissionais que mantêm contato direto e frequente com aves doentes, vivas ou mortas.
Não há necessidade de restrições alimentares, segundo as autoridades sanitárias.
Com a confirmação do foco, o Plano Nacional de Contingência para a Influenza Aviária foi imediatamente acionado. Técnicos do serviço veterinário oficial estão no local para executar as ações de contenção e erradicação da doença, como isolamento da área, interdição do plantel afetado e medidas de biosseguridade.
A prioridade é impedir a disseminação do vírus para outras unidades produtivas, preservando a capacidade produtiva do setor avícola brasileiro, que é um dos maiores do mundo e responsável por abastecer milhões de famílias com proteínas de qualidade.
O Brasil já iniciou os procedimentos de comunicação com organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), e com parceiros comerciais. Também foram informados os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, além das entidades do setor produtivo.
Desde o início dos anos 2000, o Brasil vem se preparando para lidar com uma possível entrada da influenza aviária no sistema de produção comercial. Foram adotadas medidas preventivas como:
✔ Monitoramento de aves silvestres, que são vetores naturais do vírus;
✔ Vigilância constante em granjas comerciais e de subsistência;
✔ Capacitação técnica contínua de profissionais dos serviços veterinários públicos e privados;
✔ Educação sanitária voltada ao setor;
✔ Controle rigoroso nos pontos de entrada do país, especialmente portos e aeroportos.
Essas medidas permitiram que, durante quase duas décadas, o Brasil evitasse a introdução da IAAP no setor produtivo comercial, mesmo com surtos recorrentes da doença em países da Ásia, África e Europa.
O Mapa informou que seguirá monitorando a situação com rigor e ampliará as fiscalizações e controles sanitários nas regiões de maior risco. A atuação será estratégica para proteger a segurança alimentar da população e garantir a manutenção da credibilidade sanitária do Brasil no mercado global.