Mega obra da Ponte Bioceânica avança e promete transformar a logística sul-americana

Obra atingiu 70% de conclusão e encurtará o caminho entre Brasil e o oceano Pacífico, impulsionando o comércio e a economia regional.

Por Geisa Ferreira da Silva
21/02/2025 16h53 - Atualizado há 1 mês
Mega obra da Ponte Bioceânica avança e promete transformar a logística sul-americana
Obras da Ponte Bioceânica avançam, aproximando o Brasil dos mercados do Pacífico.

Imagine reduzir significativamente o tempo e o custo de transporte entre o Brasil e os portos do oceano Pacífico. Essa é a promessa da Ponte Bioceânica, um projeto de infraestrutura que está prestes a mudar a dinâmica comercial sul-americana. Ligando Mato Grosso do Sul aos portos chilenos, através do Paraguai e Argentina, essa conexão promete impulsionar o agronegócio, a indústria e o turismo, tornando-se um novo eixo estratégico para o desenvolvimento econômico da região.

Durante o Seminário Internacional da Rota Bioceânica, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou que essa ponte não será apenas uma travessia, mas sim um corredor de oportunidades. Ele enfatizou a relevância da infraestrutura para a exportação de produtos brasileiros, que contarão com uma alternativa mais rápida e econômica para chegar ao mercado asiático.

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O que é a Ponte Bioceânica e qual seu impacto?

A Ponte Bioceânica é um projeto binacional concebido com o objetivo de facilitar o escoamento de mercadorias brasileiras rumo ao mercado asiático, reduzindo custos e tempo de transporte. Atualmente, a exportação ocorre principalmente pelo oceano Atlântico, aumentando os custos logísticos. Com essa nova rota, o Brasil ganhará uma alternativa mais competitiva, beneficiando setores estratégicos como o agronegócio, a indústria e a logística.

Além do Brasil, os países vizinhos também serão impactados positivamente. Paraguai e Argentina vão contar com um novo canal de escoamento de produtos, enquanto o Chile poderá consolidar sua posição como porta de entrada para o Pacífico. Esse corredor bioceânico vai estimular investimentos nas regiões envolvidas, impulsionando o comércio exterior e fortalecendo a economia local. Talvez quem não goste muito disso é o governo americano, em especial seu novo líder, o presidente Donald Trump. Trump nunca citou diretamente a obra e seus impactos, mas tem atacado com veemência os acordos firmados entre os países ocidentais com a ásia, em especial com a China.

Avanço das obras e detalhes da construção

A Ponte Bioceânica vai ligar Porto Murtinho (MS, Brasil) a Carmelo Peralta (Alto Paraguay, Paraguai), sendo parte essencial da Rota Bioceânica que atravessa o Chaco paraguaio, a Argentina e alcança os portos chilenos no oceano Pacífico. Esse traçado promete revolucionar o transporte de cargas e a conectividade entre os países.

Segundo o governador Eduardo Riedel, aproximadamente 70% da ponte já está concluída, e a previsão do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC) do Paraguai é que a obra seja finalizada até o primeiro trimestre de 2026.

A estrutura contará com 1.294 metros de extensão, dividida em três segmentos principais:

  • Dois viadutos de acesso, um em cada margem do rio.

  • Uma parte estaiada, de 632 metros, com um vão central de 350 metros.

Essa configuração promete garantir a resistência e eficiência do projeto, permitindo o tráfego de cargas pesadas, essenciais para o transporte de commodities agrícolas e produtos industriais.

Impacto econômico e novos investimentos

Segundo especialistas, a inauguração da Ponte Bioceânica tornará a exportação de produtos brasileiros mais ágil e competitiva. Atualmente, grande parte das exportações ocorre pelo Atlântico, o que prolonga prazos de entrega e eleva os custos. Com essa nova rota, Mato Grosso do Sul ganhará destaque como ponto estratégico no escoamento de mercadorias para mercados globais.

As projeções econômicas apontam para um potencial de R$ 70 bilhões em investimentos nos próximos anos. A infraestrutura vai atrair novos negócios e investimentos no setor de logística, armazenagem e transporte, ampliando as oportunidades de desenvolvimento para a região.

Tecnologia de ponta na construção

O projeto da ponte está sendo conduzido pelo consórcio PYBRA, que emprega tecnologias avançadas para garantir a segurança e durabilidade da estrutura. Atualmente, 65% das estacas já foram concluídas, e a próxima etapa será a montagem do tabuleiro, consolidando a travessia.

Com ampla experiência em projetos de grande porte, a equipe responsável garante que a obra avance conforme o cronograma, mantendo elevados padrões de qualidade e segurança.


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