A incontinência urinária, caracterizada pela perda involuntária de urina pela uretra, é uma condição amplamente presente na população brasileira, atingindo tanto homens quanto mulheres, em diferentes faixas etárias. O alerta é da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que classifica o distúrbio como um desafio não apenas físico, mas também emocional e social, devido aos constrangimentos e limitações que pode causar na rotina dos indivíduos.
Embora o quadro possa ocorrer em qualquer idade, a prevalência é maior entre as mulheres, sobretudo após a menopausa, durante o período gestacional e também na terceira idade. José Carlos Farah, professor de Educação Física com especialização em Fisiologia do Exercício pela USP, destaca que o problema afeta de forma significativa a qualidade de vida, prejudicando o bem-estar físico, psicológico e social, além de afetar a autoestima e provocar situações de isolamento.
A condição pode se manifestar em diferentes formas. As mais frequentes são:
Incontinência Urinária de Esforço:
✔ Ocorre em situações em que há aumento da pressão abdominal, como ao tossir, espirrar, rir ou executar determinados exercícios físicos.
Incontinência Urinária de Urgência:
✔ Caracterizada pela necessidade súbita e intensa de urinar, sem conseguir conter o fluxo.
Incontinência Mista:
✔ Quando ambos os tipos de sintomas se manifestam simultaneamente.
Independentemente da origem, a principal causa da incontinência urinária está associada à fraqueza da musculatura do assoalho pélvico. Essa região anatômica, localizada entre as coxas e posicionada abaixo da bexiga, útero e reto, atua como uma rede de sustentação dos órgãos pélvicos, sendo fundamental para o controle da urina, das fezes e para a função sexual.
Para prevenir a incontinência urinária, exercícios simples podem ser incorporados à rotina diária, sem qualquer contraindicação, explica José Carlos Farah. Entre as práticas indicadas estão:
✔ Interrupção do jato urinário, simulando o ato de segurar o fluxo;
✔ Contração do esfíncter anal, como se fosse necessário reter gases;
✔ Exercício de ponte, feito deitado de costas, com joelhos flexionados, elevando o quadril o mais alto possível, o que aciona a musculatura pélvica.
Esses movimentos podem ser realizados em séries, por exemplo, três séries de 10 repetições, seguidas de momentos de relaxamento. Além disso, atividades que fortalecem o core, região que inclui a musculatura abdominal e lombar, também são recomendadas como forma de aumentar a estabilidade e a força do assoalho pélvico.
Para indivíduos que já apresentam incontinência urinária, Farah faz um alerta: é fundamental evitar exercícios de alta intensidade ou sem acompanhamento especializado, como corridas de longa distância e levantamentos pesados na musculação, pois tais atividades exercem grande pressão na região pélvica e podem agravar o quadro.
O professor destaca ainda a importância de buscar avaliação médica para um diagnóstico preciso, além do acompanhamento de profissionais de educação física, que possam prescrever exercícios adequados à condição de cada pessoa.
Informação acessível
O tema é abordado regularmente pelo professor José Carlos Farah na coluna Corpo e Movimento, transmitida quinzenalmente às terças-feiras, às 8h30, pela Rádio USP (São Paulo - 93,7 FM e Ribeirão Preto - 107,9 FM).
O conteúdo também está disponível no YouTube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP, contribuindo para ampliar o acesso à informação e incentivar hábitos saudáveis de prevenção e cuidado.
Com informações: Agência SP.