O mercado de motos elétricas segue acelerando no Brasil. De janeiro a março de 2025, o país registrou um aumento expressivo de 104,74% no número de emplacamentos de motocicletas elétricas, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e revelam que 3.452 motos elétricas foram licenciadas apenas no primeiro trimestre deste ano, um salto em relação às 1.686 unidades registradas em 2024.
Com esse crescimento, as motos elétricas consolidam sua presença nas cidades brasileiras, mesmo diante de desafios como o custo ainda elevado e a disponibilidade limitada de modelos no mercado.
As motocicletas movidas a eletricidade vêm ganhando o interesse de consumidores preocupados com a economia, a sustentabilidade e o tráfego urbano.
Muitos ainda confundem motos elétricas com bicicletas elétricas, mas as diferenças são significativas. Enquanto as bicicletas elétricas não exigem registro ou habilitação e têm velocidade limitada, as motos elétricas podem atingir até 120 km/h e, por isso, devem ser emplacadas, além de não poderem circular em calçadas ou ciclovias. Essa confusão tem gerado problemas com a fiscalização e autuações em diversas cidades.
A Fenabrave reforça que as motos elétricas precisam seguir as mesmas regras de circulação das motocicletas convencionais. Isso inclui a obrigatoriedade do uso de capacete, habilitação na categoria A, além de respeitar as normas de trânsito e sinalização.
No ranking de vendas do primeiro trimestre de 2025, a VMoto se destacou com folga, somando 1.984 motos elétricas emplacadas. Em seguida, aparecem a GCX, com 311 unidades, a Shineray, com 171, e a Shansu, com 154 registros. Juntas, essas marcas representam a maior fatia de participação no segmento de veículos elétricos de duas rodas.
Além dessas, outras fabricantes vêm se movimentando para entrar no setor. A Yamaha, por exemplo, iniciou sua atuação com a Neo’s, modelo 100% elétrico, e a Fluo Hybrid, que combina motor elétrico com propulsão a combustão. Ambas foram incluídas na pesquisa da Fenabrave, que considera tanto motocicletas elétricas quanto híbridas.
Apesar de uma leve retração em março, quando os emplacamentos caíram 10,34% em relação a fevereiro, totalizando 1.144 unidades, o desempenho anual ainda é positivo. Comparando com março de 2024, o crescimento foi de 54,59%, o que confirma a tendência de expansão do mercado de motos elétricas no Brasil.
“A expectativa é que com a chegada de marcas tradicionais, como a Yamaha, e o aumento da competitividade, os preços comecem a cair e o consumidor tenha mais opções”, afirma o presidente da Fenabrave, Arcelio Júnior.
Mesmo com o crescimento, o setor ainda enfrenta barreiras. O preço médio das motos e scooters elétricas no Brasil ainda é elevado quando comparado aos modelos a combustão. Mas, especialistas acreditam que esse cenário deve mudar nos próximos anos com incentivos governamentais, desoneração de impostos e aumento na escala de produção. A mobilidade elétrica sobre duas rodas surge como uma alternativa sustentável, econômica e eficiente, especialmente em centros urbanos onde o trânsito intenso exige soluções rápidas e de baixo impacto ambiental.