O câncer de pulmão, historicamente associado ao consumo de tabaco, está passando por uma preocupante mudança de perfil. Especialistas têm observado um aumento expressivo da doença entre mulheres que nunca fumaram, cenário que exige uma nova abordagem na prevenção e no diagnóstico precoce.
De acordo com dados recentes, cerca de 20% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em pessoas que nunca usaram produtos derivados do tabaco. Ainda mais alarmante é o fato de que entre as mulheres não fumantes, o risco é três vezes maior do que entre os homens na mesma situação.
O pneumologista Dr. Flávio Arbex explica que, embora o cigarro continue sendo o principal fator de risco, outras causas relevantes não podem ser ignoradas.
“Poluição do ar, exposição prolongada ao radônio — um gás radioativo natural —, histórico familiar da doença e fatores genéticos têm papel significativo nesse cenário", alerta.
Ele reforça que, para muitas mulheres, o risco pode estar no ambiente em que vivem ou trabalham. A poluição, em especial, tem sido alvo de estudos que apontam sua contribuição direta para o desenvolvimento de tumores pulmonares, independentemente do histórico de tabagismo.
Sintomas que não devem ser negligenciados
Mesmo quem nunca fumou precisa ficar atento a sinais que podem indicar problemas nos pulmões. De acordo com o Dr. Arbex, sintomas como:
✔ Tosse persistente;
✔ Falta de ar inexplicada;
✔ Dor no peito;
✔ Rouquidão;
✔ Perda de peso sem causa aparente.
“O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento e, por isso, qualquer sintoma respiratório persistente merece atenção médica", reforça.
O crescimento do câncer de pulmão entre não fumantes, especialmente mulheres, evidencia a necessidade de ampliar campanhas de conscientização para além do combate ao tabagismo. Segundo o especialista, é essencial também investir em políticas públicas que busquem reduzir a poluição ambiental e monitorar exposições domiciliares e ocupacionais a agentes cancerígenos.
“Informar a população sobre todos os fatores de risco é fundamental. Muitas vezes, associamos o câncer de pulmão exclusivamente ao cigarro, e isso pode atrasar diagnósticos em pessoas que não fumam, mas estão expostas a outros riscos importantes", alerta o Dr. Arbex.
