O segmento de motos elétricas no Brasil vive um momento de crescimento expressivo. No primeiro trimestre de 2025, foram emplacadas mais de 3 mil unidades, uma alta de 104,7% em comparação com o mesmo período de 2024, quando o total foi de 1,6 mil veículos.
Outro levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) aponta até 4.127 emplacamentos no Q1 de 2025, correspondente a aumento de 89,3% frente ao ano anterior.
Apesar desse ritmo impressionante, o mercado ainda representa uma parcela pequena do setor total de duas rodas, estimado em cerca de 400 mil unidades no mesmo período do ano. Isso evidencia tanto a evolução quanto os desafios da mobilidade elétrica no Brasil.
VMoto lidera as vendas
Entre os fabricantes, a VMoto assumiu a liderança nacional com 1.984 unidades licenciadas no trimestre.
Em seguida figuram GCX (311), Shineray (171), Shansu (154) e Watts (153).
Diversos modelos têm sido adotados no mercado, com opções que vão dos scooters urbanos ao uso profissional:
Voltz EVS:
✔ Motorização até 7.000 W, velocidade de 120 km/h com duas baterias (180 km de autonomia). Preço aproximado de R$ 20.390.
Watts W125:
✔ Motor de 3.000 W, autonomia de até 120 km. Ideal para uso urbano com recarga em 4–6 h.
Shineray SHE‑S:
✔ Scooter de 3.000 W, até 80 km por carga; preço médio de R$ 19.290.
Voltz EV1 Sport:
✔ Autonomia de 100 km com bateria única ou 180 km com duas, velocidade de até 75 km/h; custa cerca de R$ 15.890.
Mottu E‑City:
✔ Destinada a locação e delivery, possui sistema de troca rápida de baterias, atendendo entregadores com maior agilidade.
Novas marcas internacionais, como Yadea e Aima, estrearam no Festival Interlagos 2025 com modelos montados via CKD em Manaus, projetando vendas de até 100 mil unidades até 2028.
A maioria das motos permite recarga em tomadas residenciais. O tempo varia entre 4 a 6 horas, conforme a capacidade da bateria. Modelos com baterias removíveis, como EV1, EVS, Watts WS120 e Shineray, possibilitam ainda recarregar em casa ou no trabalho.
A Voltz EVS, por exemplo, atinge até 120 km com uma bateria ou 180 km com duas, recarregando em cerca de 5 horas.
Economia:
✔ Custo médio de apenas R$ 3 por 100 km, comparado a R$ 13 com gasolina.
Manutenção reduzida:
✔ Sem trocas de óleo, filtros ou carburador, com menor número de peças móveis.
Impacto ambiental:
✔ Zero emissão de CO₂ e menos poluição sonora.
Tecnologia embarcada:
✔ Conectividade via app, modos de condução e painéis digitais estão se tornando padrão, como no EVS.
Preço de compra elevado:
✔ Embora a economia no uso compense no longo prazo, a aquisição ainda é consideravelmente mais cara que motos convencionais.
Autonomia limitada:
✔ Normalmente entre 80–180 km; ideal para uso urbano ou delivery, mas pouco adequada para viagens ou longos deslocamentos.
Infraestrutura de recarga insuficiente:
✔ Fora dos grandes centros, falta mais estações públicas, exigindo que moradores de apartamentos tenham baterias removíveis.
Rede de assistência escassa:
✔ Pouco suporte técnico regional e atrasos recorrentes, especialmente relatados pela Voltz.
Grandes fabricantes entram no jogo:
✔ Yamaha (com Neo’s e Fluo Hybrid) e Honda (com conceitos EV Fun e EV Urban) preparam lançamentos que podem ampliar o mercado.
Expansão industrial local:
Marcas como Watts e Voltz investem em fábricas em Manaus para acelerar produção.
Apostas internacionais:
✔ Yadea e Aima prometem redes de montagem e investimentos que devem intensificar a presença estrangeira.
Infraestrutura em crescimento:
✔ Iniciativas de pontos públicos de recarga e troca rápida, especialmente focadas em aplicativos de delivery, ganham força.
Se seu uso é urbano, com deslocamentos diários de até 120 km, ou você atua no delivery, as motos elétricas representam uma excelente alternativa. A economia com combustível, manutenção e emissão de poluentes torna a compra viável, especialmente com modelos de baterias removíveis.
Por outro lado, para quem percorre trechos fora da cidade, trabalha com rodagem acima de 200 km/dia ou mora em área sem estrutura de recarga, a transição ainda pode não compensar, ao menos por ora.
✔ Prefira modelos com duas baterias removíveis.
✔ Verifique a assistência técnica local (especialmente para marcas chinesas).
✔ Faça testes de autonomia real nos seus trajetos.
✔ Acompanhe a chegada da Yamaha Neo’s, Honda, Auper e Yadea, que prometem rede e suporte ampliados.